domingo, 25 de agosto de 2013

Passagens engraçadas!

Matheus sempre nos diverte de alguma forma!

Estávamos na feira do Guará, comprando chinelos em uma das bancas. Uma vendedora entrou com uma sanduicheira térmica da Pulmann (marca de pão de forma). Matheus colocou o olho e disse: "Eu quero comer Pulmann". A vendedora disse "Ah, mas esse é o meu almoço." Então Matheus olhou pra ela e cantou "Meu lanchinho, meu lanchinho vou comer, vou comer, pra ficar fortinho, pra ficar fortinho e crescer, e crescer." Todos que estavam na banca começaram a rir. Como todos estavam rindo ele também começou a rir, mas um riso forçado, bem falso, que só ele tem.

Foi muito engraçado. A espontaneidade dele está cada vez mais forte.
Matheus é, realmente, especial!
Gente!
Eu disse que postaria todas as aventuras do Matheus aqui, inclusive as difíceis.
Hoje, fomos ao Hipermercado Extra fazer compras. Já na chegada (estacionamento) havia um carro com o alarme disparando. Eu sabia que Matheus ficaria nervoso, então tapei seus ouvidos e saí do carro levando-o o mais depressa possível para dentro do Extra. Não sei se agi certo, mas quando temos problemas com alarmes e sirenes ele sofre, não é só um comportamento. Ele fica imitando o som, mas chorando, e quando termina ele continua chorando,  fica triste, procurando aconchego no meu colo.
Acredito, também, que ele estava cansado, pois havíamos saído da feira do Guará antes de chegar ao Extra. É, eu sei, foi demais para um dia só. Mas, precisávamos ir ao mercado e não tínhamos como não levar Matheus junto.
Ele estava bem animado para ir ao Extra, pois adora ir ao mercado, só que o episódio do alarme desestruturou o passeio. Pior que não terminou aí, sabe aquela máxima "nada é tão ruim que não possa piorar", pois é, hoje foi assim.
Depois que passou o susto com o alarme, ele foi direto à Casa Lotérica, pois queria comprar uma Tele Sena. Estava fechada. Não me dei conta que era domingo ás 18h. Ele ficou bastante frustrado, mas só ficou triste. Esse não é o final.
Fomos às compras, ele se distraiu ajudando a encontrar os produtos da nossa lista de compras (teve dificuldades para ler a letra do pai que não estava muito legível, mas conseguiu decifrar várias coisas, hehe). No final quando estávamos perto de ir para o caixa ele encontrou uma estante só de dvd's e...Meu Deus! Escolheu quatro (Michel na balada; Luan Santana; Gustavo Lima e Asa de Águia), logo esses que são bonnnnnnnns! Desculpem-me os fãs, mas eu não dou conta!
Ele ficou 10 minutos em volta daqueles dvd's enquanto eu me escondia atrás da gôndola do café (ele foi sozinho até os dvd's e eu fiquei escondida para ver se ele sentiria nossa falta, se nos procuraria ou perguntaria por nós. Essa é outra preocupação porque ele até procurou por nós, mas não encontrou e então voltou para os DVD's sem falar com ninguém. Quando apareci, ele veio imediatamente em minha direção, mas não disse nada).
Ele escolheu os DVD's e os colocou no carrinho. Acho que o erro foi deixá-lo colocar os produtos no carrinho e só ter dito a ele que não levaríamos os DVD's ao chegar no caixa. Na verdade, agora, lembrando do episódio, tenho certeza que esse foi o meu erro. Pensa! Se eu, que não sou autista e sou adulta (pelo menos as vezes) estivesse com um produto do qual gostasse muito e só  ao chegar ao caixa me dissessem que eu teria de deixar meu objeto de desejo, ficaria muuuuuuuuuuuuito frustrada. Então por que fiz isso com o Matheus? Só percebi tudo isso agora.
É claro que ele iria apresentar todos aqueles comportamentos, foi uma chuva de frustrações, tudo conspirava a favor dos comportamentos "inadequados: 1º) o cansaço, pois passamos a tarde na feira; 2º) o alarme do carro disparando na chegada; 3º) a casa lotérica fechada; 4º) a mãe, que dormiu no ponto, e deixou a criança acreditar que levaria os DVD's. Todos esses ingredientes só poderiam resultar em uma gororoba!
Matheus chorou, gritou e se bateu em mim (vinha caminhando rápido em minha direção e me dava um "encontrão" como se não visse que eu estava ali), é claro que tudo isso com uma grande plateia, mas pelo menos ao ver todos aqueles comportamentos, ninguém teve coragem de me tirar do caixa preferencial.
Eu ignorei todos os comportamento (os do Matheus e os do público, estou ficando boa nisso), mas ao sairmos do mercado ele saiu correndo quando viu a porta. Nesse momento tive que falar grosso com ele, "Matheus, volte aquí agora." Fiz isso por que tem movimento de carros  na saída, que dá para o estacionamento. Não poderia ignorar aquele comportamento. Ele voltou assim que chamei, então peguei a mão dele e saímos juntos. Mas, no meio do caminho ele tentou sair correndo novamente, eu o segurei mais forte e ele começou a se debater e a gritar mais alto do que antes, tentando soltar-se de mim (coisas que há muito tempo não via Matheus fazer). Eu não deixei ele se soltar sozinho. Me abaixei, e disse "olha pra mim. Eu vou te soltar, mas você não vai sair correndo." Ele só continuou com o choro, não correu nem gritou. Entretanto, para não correr riscos, continuei segurando sua mão bem de leve, mas com as antenas ligadas, pois sentia que a qualquer momento ele sairia correndo. Meu radar não falha, ao ver o carro e se aproximar dele, tentou correr novamente, eu o segurei mais forte pela mão, abri a porta e o deixei entrar.
Dentro do carro eu disse que ele não teria acesso à revista VEJA, que havia comprado,  porque não se comportou. Ele começou a pedir desculpas. Desculpa mamãe, desculpa mamãe......até a metade do caminho, quando lembrei que tinha que ir à costureira. Ele ficou no carro esperando com pai, por aproximadamente 1 hora ( é eu sei, NOSSA!!). Quando voltei ao carro para, finalmente, irmos para casa, Matheus estava mais tranquilo (ficou ouvindo música, jogando bingo com o Clédio, brincando de adivinhações e vendo uma revista que ganhou de um feirante no guará). Quando chegamos em casa perguntei ao Clédio se ele tinha se comportado e ele disse que sim ( Matheus prestava atenção na nossa conversa) então eu disse a ele "Você se comportou, está aqui a sua revista". Ele a pegou e ficou feliz da vida. Foi correndo atrás de uma tesoura para recortá-la.
E essa foi a aventura de hoje.

Resolvi contar esse episódio, pois nem sempre tudo são flores. E também pra mostrar meus erros com Matheus. Apesar de nós, mães de crianças autistas, estarmos sempre atentas a tudo (talvez muito mais que mães comuns) não temos o controle de tudo, ninguém tem.

sábado, 24 de agosto de 2013

OLHA SÓ...ARRENA MANÉ GARRINCHA
Toda vez que saímos da terapia temos que entrar no eixo monumental para irmos para casa. Fazemos o retorno no Centro de Convenções Ulisses Guimarães e sempre ficamos parados no semáfaro em frente ao Estadio Nacional Mané Garrincha. Sempre que paro o carro nesse semáfaro Matheus diz: "Olha só...Arrena Mané Garrincha", é... é Arrena mesmo. Ele pronuncia os "RR" sempre da mesma forma, mesmo quando há apenas um "R" na palavra ele fala como se fossem dois.
Mas de uns tempos pra cá ele tem mudado a comunicação, sua linguagem expressiva tem melhorado bastante. E agora, quando vê o estádio diz: Vamos assistir o jogo na Arrena Mané Garrincha? Isso é fabuloso, porque ninguém teve de ensinar essa frase a ele, ele a formulou sozinho, utilizou o contexto e seu  conhecimento prévio. Não tive outra saída a não ser levá-lo ao jogo.
Foi muito legal!! 
Ele ficava um pouco incomodado quando a torcida gritava, colocava os dedinhos nos ouvidos, mas gritava junto com a torcida e estava feliz da vida. Assistiu o jogo e compartilhou algumas opiniões como: "Ah não! Prra forra!; Defendeu o goleirro! Eu achei isso lindo, mas eu sou muito babona mesmo, acho lindo tudo o que ele aprende!

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Hoje era dia de terapia!
A sessão terminou e eu fui pagar a Renata (Renata Bessa), a psicóloga da terça-feira.  Abri a carteira e comecei a tirar notas de dinheiro, enquanto Renata estava atenta ao celular calculando os dias de terapia, nesse momento Matheus se aproximou, olhou pra mim e disse: "Posso te falar uma coisa?". Eu parei de contar o dinheiro, olhei pra ele e respondi: "Pode." Então ele disse: "Pagar com visa é muito melhor."

Ele não e demais!?

Esse é o Matheus! Na maior parte das vezes seu jeitinho especial torna a vida muito mais leve. E a alegria que ele proporciona é inigualável.

domingo, 4 de agosto de 2013





Como eu sempre digo, não podemos, não devemos deixar de fazer nada, se queremos nossos filhos respeitados e participando do único mundo que existe temos de enfrentar as dificuldades e aparecer. Nem sempre foi fácil sair com o Matheus. Muitas vezes deixei de sair e muitas vezes fui embora dos lugares porque ele gritava ou fazia outras coisas que chamavam muito a atenção dos outros. Eu me sentia incomodada e, vamos falar sério, sentia vergonha do meu filho. Até que um dia eu percebi que isso era um absurdo!!! Se eu sentir vergonha do meu filho, como vou defendê-lo e lutar por todos os direitos que lhe são negados? Não importa onde estejamos e o que nossos filhos estejam fazendo, eles são as pessoas mais importantes do mundo. Sentir vergonha é se importar mais com estranhos do que com nosso próprio filho.

Obrigada a Renata, Fabiana e Karen pela ajuda no cinema!

sábado, 3 de agosto de 2013

Campanha Matheus na Escola




CAMPANHA MATHEUS NA ESCOLA


Esse é meu filho Matheus. Ele tem 8 anos, é autista e precisa de um monitor na escola para acompanhá-lo e auxiliá-lo nas atividades pedagógicas e de vida diária. Ele tinha monitor até o ano passado, mas esse ano o GDF (Governo do Distrito Federal) me disse que não há monitores para serem contratados e todos que estão no quadro estão lotados em alguma escola. O governo espera que eu cruze os braços e espere enquanto a educação do meu filho é negligenciada. Não farei isso. Já fui ao Ministério Público que me disse não poder fazer nada, jdei entrevista para o SBT, que também não deu em nada. Agora recorro ao Facebook. Decidi que Matheus não voltará à escola enquanto o GDF não mandar um monitor. Não estou aqui para pedir opinião sobre minha atitude, estou para pedir ajuda a vocês, compartilhem essa foto, publiquem em seus murais, e nos murais de seus amigos, promovam essa publicação, curtam. Me ajudem a fazer essa mensagem circular de tal forma que, com sorte, chegue à mídia ou a alguém com competência para fazer alguma coisa.
Obrigada a todos!